2012-04-27

Dívida da Anipop

Inês Torrão, a tua gestão da Anipop AJACJ deixou-me um buraco de oitocentos e vinte e oito euros e sessenta cêntimos na carteira.

Esta mensagem permanecerá aqui enquanto eu não for ressarcido dessa quantia, para que não te esqueças.

2007-12-05

Receita: Cheesecake de frutos silvestres

Toda a gente a quem eu dou a provar esta receita da minha autoria diz maravilhas dela, por isso ou estou a fazer algo bem, ou então é tudo uma cambada de lambe-botas. Julguem por vocês próprios:

Cheesecake de Framboesa / Frutos Silvestres

Ingredientes:

Base:
  • 200 g - Bolacha Maria
  • 125 g - Manteiga com sal
Recheio:
  • 400 g - Requeijão de vaca
  • 200 g - Queijo Philadelphia
  • 1 lata - Leite Condensado
  • 200 ml - Natas
  • 200 ml - Leite
  • 9 folhas (ou 1 1/2 pacotes de pó) - Gelatina
  • Raspa de 1 limão (ou 3 colheres de sopa de sumo de limão)
Molho:
  • 150 ml - Vinho do Porto
  • 3 colheres de sopa - Açúcar
  • 200 g - Framboesas ou Frutos Silvestres

Instruções:

Pique a bolacha Maria e derreta a manteiga. Misture a bolacha com a manteiga até obter uma massa granulosa homogénea. Forre o fundo de uma forma grande com fundo removível com esta massa.

Aqueça o leite e dissolva a gelatina no leite. Vá adicionando, enquanto bate, todos os restantes ingredientes do recheio ao leite com gelatina, começando pelos líquidos e acabando com os sólidos.

Verta a mistura do recheio sobre a massa. Leve ao frigorífico durante 3-4 horas.

Para o molho, leve ao lume num tacho o vinho do porto e o açúcar. Ferva em lume brando durante 2 minutos. Adicione os frutos e deixe ferver durante mais 3 minutos, desfazendo os frutos com uma colher de pau. Deixe arrefecer.

Verta o molho sobre o recheio frio. Conserve no frigorífico e desenforme só quando for servir.

2007-11-15

Lista de Natal 2007 do João Rocha

Bem-vindo(a), caro(a) membro da minha família alargada! Se estás a ler isto, é provavelmente porque te calhei no sorteio do Pai Natal secreto, e estás sem grandes ideias sobre o que hás de me oferecer pelo Natal.

Pois bem, nada temas, pois na realidade eu sou um presenteado bem simples de satisfazer. Não é segredo para ninguém que sou um vidradinho nos videojogos, e há poucas coisas que me dariam mais prazer de receber do que um dos títulos listados abaixo, ordenados por prioridade decrescente, e com os preços expectáveis, para tua conveniência:

- Metroid Prime 3: Corruption (Wii) - 50€
- Trauma Center: Second Opinion (Wii) - 50€
- Resident Evil: The Umbrella Chronicles (Wii) - 50€ - Não confundir com Resident Evil 4!
- Mario e Sonic nos Jogos Olímpicos (Wii) - 60€
- Lego Star Wars: The Complete Saga (Wii) - 60€
- Super Paper Mario (Wii) - 50€
- FIFA 08 (Wii) - 60€

Em princípio, não terás dificuldade em encontrar pelo menos um destes títulos em qualquer grande loja de electrónica (Worten, Fnac, Media Markt, etc.) ou até mesmo nos hipermercados. Em caso de dificuldades, podes sempre tentar nas lojas da especialidade, tal como a GAME (Colombo, Rio Sul Shopping).

É claro que, se desejares, podes ignorar tudo isto e tentar surpreender-me com qualquer outra oferta - garanto-te que não fico chateado. Além disso, e se não te sentires com grande paciência para escolher, vales também serão bem recebidos - há poucos presentes melhores que a oportunidade de escolha.

Obrigado por leres esta mensagem, e acredita que, se fores o meu eleito, eu estou a pensar em como melhor te agradar neste Natal! :)

2006-09-15

Lista de jogos GameCube - 2006-09-15

Lista de jogos GameCube

- 1080º Avalanche
- Animal Crossing
- Baten Kaitos: Eternal Wings and the Lost Ocean
- Battalion Wars
- Beach Spikers
- Beyond Good & Evil
- Billy Hatcher and the Giant Egg
- Bloody Roar: Primal Fury
- Bomberman Generation
- Burnout 2: Point of Impact
- Capcom vs. SNK 2 EO: Millennium Fight 2000
- Donkey Konga
- Donkey Konga 2
- Donkey Kong Jungle Beat
- Eternal Darkness: Sanity's Requiem
- FIFA 06
- Fire Emblem: Path of Radiance
- Freeloader v1.06b
- F-Zero GX
- Geist
- Gladius
- Ikaruga
- Incredible Hulk (The): Ultimate Destruction
- Killer 7
- Kirby Air Ride
- Legend of Zelda (The): Collector's Edition
- Legend of Zelda (The): Four Swords Adventures
- Legend of Zelda (The): The Wind Waker
- Luigi's Mansion
- Mario Golf: Toadstool Tour
- Mario Kart: Double Dash!!
- Metal Arms: Glitch in the System
- Metal Gear Solid: The Twin Snakes
- Metroid Prime
- Metroid Prime 2: Echoes
- Naruto: Gekitou Ninja Taisen 4 (JP)
- Need for Speed: Most Wanted
- Paper Mario: The Thousand-Year Door
- Phantasy Star Online Ep. 1+2
- Pikmin
- Pikmin 2
- Pokémon Colosseum
- Pokémon XD
- Prince of Persia: The Sands of Time
- Prince of Persia: The Two Thrones
- Resident Evil 0
- Resident Evil
- Resident Evil 4
- Second Sight
- Skies of Arcadia Legends
- Smuggler's Run: Warzones
- Sonic Adventure DX
- Sonic Mega Collection
- Soul Calibur 2
- Spartan: Total Warrior
- Starfox Adventures
- Starfox Assault
- Star Wars Jedi Knight 2: Jedi Outcast
- Star Wars Rogue Squadron 2: Rogue Leader
- Star Wars Rogue Squadron 3: Rebel Assault
- Summoner: A Goddess Reborn
- Super Bust-a-Move All Stars
- Super Mario Sunshine
- Super Monkey Ball 2
- Super Smash Bros. Melee
- Tales of Symphonia
- Timesplitters: Future Perfect
- Viewtiful Joe
- Viewtiful Joe 2
- Wario Ware Inc.: Mega Party Game$
- WWE Day of Reckoning 2
- X-Men Legends
- X-Men Legends 2

2006-02-09

Sobre ética e religião - uma visão pessoal

Muitos dizem que os valores éticos e morais que regem as nossas sociedades são o maior contributo das religiões, e que não existiriam se não fossem elas. Na minha opinião, isto é simultaneamente falso e verdadeiro.

Falso, porque na realidade esses valores existem independentemente de qualquer decreto religioso, e constituem um resultado óbvio da reflexão acerca da condição humana e dos nossos papéis no mundo enquanto indivíduos e enquanto espécie. Conceitos de bem e de mal são úteis para identificar os comportamentos que, inerentemente, trazem mais utilidade à população humana em geral, e por outro lado, desprezam essa utilidade em detrimento do proveito individual.

Porém, a quantidade de pessoas que não consegue ver a floresta por estar tão preocupada com as árvores é alucinante, e ultrapassa largamente aqueles que conseguem, através de reflexão e inspiração, chegar à conclusão do senso comum acerca do interesse em manter um código de ética e moral a nível da sociedade. A maioria das pessoas não tem o mínimo de interesse pelo bem comum, e apenas se interessa pelo próprio proveito e por aquilo que lhe é imediatamente adjacente - muitas vezes, o esforço pela sobrevivência a tal obriga, sobretudo quando consideramos as épocas mais remotas, em que as estruturas das sociedades existentes não previam aquilo a que actualmente chamamos o "estado-providência", que se esforça activamente por assegurar um mínimo de condições de vida a todos os seus elementos.

A religião surgiu como resposta a esta desproporcionalidade, uma forma de incutir estes códigos na populaça, através de um sistema de castigos e recompensas - alguns desses incentivos bem reais, outros (os maiores) convenientemente colocados numa "vida depois da morte" da qual nunca ninguém voltou para contar. Esta é a parte verdadeira da proposição inicial: apenas um sistema assim poderia espalhar estes conceitos, individualmente "contra natura" mas com perfeito sentido ao nível da sociedade e da espécie, pela generalidade da raça humana. Sempre foi, e é, esta a utilidade da religião.

Os ditos "profetas", terão sido os mais iluminados e carismáticos dos que viram a utilidade destes códigos de conduta, utilizando os seus poderes de persuasão para arrastar largas multidões ingénuas, hipnotizadas pelas promessas de felicidade eterna se entrassem "na linha". O problema é que não se pode considerar que qualquer um desses profetas tivesse transmitido os seus ensinamentos na sua forma mais básica e pura - fosse como fosse, cada um deles colocou sempre um certo tempero nos seus discursos e escritos, uma miscelânea de influências retiradas da sociedade do seu tempo, de concepções erróneas provocadas pelos conhecimentos limitados da época, e das suas próprias opiniões subjectivas acerca de assuntos que, à primeira vista, nada têm a ver como ética ou moral - e por vezes, não têm mesmo.

Daí que cada religião adquiriu características diferentes, por vezes diferindo mesmo no conjunto de preceitos éticos que aconselhava aos seus seguidores. Séculos de isolamento, fusões, cismas, interpretações e o simples peso da história acentuaram essas diferenças, ao ponto que a certa altura, os conceitos fundamentais de ética e moralidade foram colocados de lado, em detrimento de rituais, dogmas e outros elementos que, se dividiam cada vez mais claramente as linhas entre religiões, tinham o condão de aumentar cada vez mais a militância dos seus seguidores. O resultado: intolerância e inúmeras guerras em nome da religião, que permanecem ainda hoje.

Para o resto de nós, que não se revê nessas rivalidades nem em qualquer uma das milhentas facções que compõem o panorama religioso, a religião perdeu a sua utilidade. Já não precisamos da ameaça de castigo nem da promessa de recompensa para seguir aquilo que sabemos ser certo. Com a prosperidade sem precedentes das sociedades ocidentalizadas, muitas mais pessoas conseguiram desviar a sua atenção do esforço de sobrevivência durante o tempo suficiente para, baseadas em exemplo vindo da sociedade, mas também por reflexão própria, construir na sua mente as bases da moralidade e ética que constituem as melhores alternativas para a sobrevivência da humanidade. Era também a isto que Nietzche se referia quando escreveu, metaforicamente, que o homem tinha morto Deus.

Há 57 anos atrás, as nações deste mundo reuniram-se para reunir num documento os mais úteis e fundamentais princípios que, no seu conjunto, definem uma sociedade virada para o bem - e por oposição, aquilo que constitui o mal, através da negação desses princípios. A Declaração Universal dos Direitos do Homem é, hoje em dia, muito mais útil nos seus 30 artigos do que as milhares de páginas da Bíblia ou do Corão. É pena que tão poucas pessoas estejam cientes disso - mas felizmente, esse número tem tendência a aumentar.

2005-12-22

Gráficos e a lei do rendimento decrescente

No século XIX, com o desenvolvimento exponencial da indústria e agricultura e a explosão dos mercados, uma das ciências que teve uma maior evolução foi a economia, em virtude da necessidade de identificar as relações entre os meios produtivos e os recursos financeiros. Entre as várias teorias económicas que tiveram origem neste "boom", está uma que, pela sua lógica irrepreensível e fiabilidade ao longo de 2 séculos, foi promovida ao estatuto de lei: a lei do rendimento decrescente.

Essa lei diz, formalmente, que num sistema produtivo, contendo alguns valores de entrada fixos e outros variáveis, se mantivermos os valores fixos constantes, cada aumento dos valores variáveis vai aumentando cada vez menos os valores de saída resultantes da produção.

Em termos leigos, é talvez melhor fornecer um exemplo simples, e começamos exactamente pela aplicação inicial desta lei, que foi na agricultura. Imaginemos que temos um terreno, e que queremos fazer nele uma plantação. Temos à nossa disposição uma quantidade variável de sementes para plantar. Se plantarmos poucas sementes, obtemos uma colheita fraca, mas a colheita vai aumentando de forma proporcional se nós formos plantando mais sementes... até um determinado ponto.

A partir de certo ponto, as sementes adicionais que podemos ir plantando deixam de ter como consequência um aumento correspondente da colheita, porque o terreno já está sobrelotado, e as plantas já não têm espaço para crescer. Podemos ir sempre colocando mais sementes, mas quantas mais sementes colocarmos, menor é o rendimento desse acréscimo, até que deixa de valer a pena colocar mais sementes, porque eventualmente há de custar mais colocar mais sementes do que a receita adicional da colheita resultante.

Esta lei não é certamente de aplicação universal - mas é espantosa a quantidade de aplicações em que ela se pode aplicar com sucesso. Desde a prospecção de petróleo até às arquitecturas computacionais paralelas, passando pela produção de cinema e orçamentos de publicidade, esta lei pode ser aplicada até mesmo a inúmeros aspectos da nossa vida quotidiana: comer um gelado à sobremesa pode dar-vos um grande prazer, mas será que se comerem um segundo, um terceiro e um quarto logo a seguir, vos dará o mesmo prazer que o primeiro? Às tantas o prazer pode acabar por ser negativo, a menos que apreciem ir ao grego.

A nova geração de consolas de vídeojogos, emergente neste momento, coloca a analistas, executivos, produtores, artistas e a todos os outros elementos produtivos da indústria dos vídeojogos a questão sobre se a lei do rendimento decrescente se poderá ou não aplicar a um elemento chave na produção de software lúdico: os gráficos.

É de especular até mesmo que a lei do rendimento decrescente possa ser aplicada ao quadrado em relação a este aspecto particular da produção de vídeojogos: uma vez pela parte do produtor, e outra pela parte do consumidor. Pelo produtor, um acréscimo de artistas, modeladores e orçamento para gráficos produzirá, com o seu aumento, uma melhoria decrescente nos gráficos do jogo, à medida que nos aproximamos do realismo absoluto e dos limites sensoriais do ser humano. Pelo lado do consumidor, um acréscimo na qualidade dos gráficos produzirá um aumento decrescente nas receitas obtidas, à medida que o público deixa de conseguir discernir diferenças óbvias entre jogos de qualidade gráfica diferente, ou que as diferenças de jogabilidade se tornam mais importantes do que as diferenças marginais de qualidade gráfica.

Durante mais de duas décadas, a indústria dos vídeojogos disfrutou de uma isenção excepcional da lei do rendimento decrescente, à medida que os avanços técnicos permitiam a obtenção de melhorias exponenciais nos gráficos sem um acréscimo no investimento na parte gráfica do jogo que comprometesse a viabilidade do jogo. Porém, os últimos 5 anos têm visto um aumento sem precedentes nos orçamentos em gráficos de vídeojogos - um orçamento que não se tem reflectido num aumento proporcional das receitas obtidas, causando assim um decréscimo nos lucros médios obtidos por jogo.

Enquanto que há 10 anos, era fácil justificar o lançamento de um jogo, visto que mesmo uma quantidade relativamente reduzida de cópias vendidas renderia o suficiente para oferecer lucro, hoje em dia um jogo com valores de produção típicos necessita de vender centenas de milhares de cópias só para não dar prejuízo a quem o produziu.

Isto não seria problemático se a população de consumidores de vídeojogos - o "terreno", se quisermos efectuar o paralelo com o exemplo inicial de aplicação da lei do rendimento decrescente - estivesse a crescer. Mas isso não está a acontecer, e a situação é até mesmo pior do que se esse número se mantivesse constante. A quantidade de jogadores, o "terreno" do nosso mercado de vídeojogos sobre o qual os produtores colocam "sementes" sob a forma de recursos investidos na produção de vídeojogos, está a diminuir. Num discurso de Nolan Bushnell, fundador da Atari original e um dos pais dos vídeojogos na sua forma actual, a população de consumidores de vídeojogos nos EUA diminuiu de 44 milhões para 18 milhões nos últimos 20 anos.

Esta evolução negativa deu-se em virtude da complexidade crescente dos vídeojogos, que causou o afastamento de legiões de jogadores casuais, que encontraram formas mais acessíveis de entretenimento. Os jogadores actuais são dedicados, mas constituem uma população sem grandes perspectivas de crescimento, a continuar a trajectória actual de evolução dos vídeojogos. Um prospecto definitivamente negro para os produtores de vídeojogos, e que tem despoletado a tomada de medidas drásticas por parte de certos nomes bem conhecidos no seio da indústria, no intuito de combater esta situação. Vocês sabem de quem eu estou a falar, e as motivações e filosofias por detrás de tais medidas tornam-se óbvias quando identificamos e pensamos nos nomes em questão.