2003-07-03

Depois do dilema do web-designer, o dilema do escritor! Agora que comecei a escrever o prelúdio do Animega Budokai, começo a respeitar mais os colunistas dos jornais e outros escritores regulares, obrigados que são a ter sempre na ponta da língua a idéia para o seu próximo texto. Suponho que o meu sentimento actual seja algo de dependente da minha própria personalidade, mas o certo é que sinto como se, não interessa o quanto escrevo, o meu texto está sempre incompleto.

Há sempre um pormenor por adicionar, algo para explicar, e porque usar uma só frase para descrever uma situação quando a descrição pode ficar muito mais rica utilizando duas, três ou mais?

O resultado é a insatisfação perpétua com o corpo do texto que acabámos de produzir - sobretudo após leituras repetidas. Parece que quanto mais lemos, mais feio nos parece. Pergunto-me se é algo que escritores regulares também têm que enfrentar: a crescente auto-exigência ao ponto de, se nos deixarmos levar por ela, tornamos o texto intragável de tão pormenorizado.

Mas, para já, é preciso deixar a minha parte racional ditar os limites, e ela diz que se fizer isto demasiado longo, ninguém vai querer ler.

Mais uma inveja a acrescentar à minha colecção: a dos escritores verdadeiramente concisos.

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